Entrevista com Ronaldo Mathias
O entrevistado da
semana foi o professor Ronaldo Mathias, que ministra aulas de Sociologia,
Sustentabilidade e Desenvolvimento social no Centro Universitário Belas Artes.
Ele nos contou sob a visão dele, o papel, as ações e os deveres de um relações
públicas no âmbito da sustentabilidade e responsabilidade social.
Confira:
1.
Primeiramente, para
você, qual seria o principal papel do RP no âmbito da sustentabilidade e da
responsabilidade social?
R: A responsabilidade do RP não é apenas o que diz respeito a
sustentabilidade, é também com a própria sociedade. A proposta inicial do RP
seria buscar harmonia, entre as relações dentro de uma instituição,
equacionando as relações desta empresa com a sociedade, obedecendo a leis,
atendendo as expectativas dos stakeholders e dos diversos públicos dentro desta
instituição. A sustentabilidade e a responsabilidade social acabam sendo uma
ferramenta de gestão própria de um RP, é um objeto de trabalho, tendo que
encara-lo para conseguir promover dentro da instituição a chamada harmonia.
2.
É evidente que o Estado
não consegue dar conta de resolver sozinho os problemas que atingem a
população, muito menos desenvolver programas sociais. Na intenção de amparar
essas carências, o que deve ser pensado antes de se promover ações de Responsabilidade Social empresarial?
R:
Não é de imediato e obrigação da empresa resolver os problemas da sociedade,
ela não é constituída para isso, se ela puder e estiver no arco de ações dela,
ela deve ver em que medida que o serviço que ela presta á sociedade pode ser
melhorado para resolver os problemas daquela sociedade. Ela deve buscar
melhorar o serviço para fazer com que a sociedade se beneficie do trabalho
dela.
3.
Uma das tendências nas
empresas é a criação de setores e programas de Responsabilidade Social
Coorporativa. Através deles, direciona todas as decisões e ações da empresa,
voltadas ao seu desenvolvimento social, ambiental e econômico. O que você julga
ser crucial para que estes programas dêem certo e que sejam de fato efetivos?
R:
O programa de responsabilidade social primeiramente deve levar em conta, o
serviço que a empresa presta, segundo, este programa deve levar em conta as
demandas do público que ela se insere e terceiro, não se pode fazer um programa
para ganhar prêmios. O programa de responsabilidade social tem que buscar
atender também o que as pessoas precisam. Para ser efetivo, ele tem que ser
duradouro e atender o que é necessário para as pessoas e o que a empresa sabe
fazer de melhor.
4.
Empresas vêm confundindo
responsabilidade social com o trabalho do Terceiro setor. O que pode
diferenciar o papel do profissional de relações públicas em cada um deles?
R:
A empresa não tem a obrigação de criar um programa de responsabilidade social,
mas ela pode acrescentar este programa. O terceiro setor na maioria das vezes,
é constituida para prestar serviços ligada á responsabilidade social. O RP pode
tanto atuar nesta empresa, quanto numa instituição de terceiro setor.
Trabalhando no setor privado ele pode desenvolver trabalhos ligados a
responsabilidade social, sendo o foco dele a razão social da empresa. Se atuar
no terceiro setor, o foco muda, pois estas instituições estão diretamente
ligadas a estas demandas sociais, que na maioria das vezes não tem fins
lucrativos. Dependendo do setor que o RP
estiver, ele vai montar um programa de reponsabilidade social, levando em conta
a finalidade primeira do setor e a relação que ele tem com a população e com as
demandas sociais.
5.
Cite ou comente um caso
de um projeto de responsabilidade social que não deu certo.
R:
Não sei dizer um caso que deu errado eu precisaria analisar melhor os casos,
pois posso acabar causando alguma injustiça. Acho mais fácil dizer um que deu
certo. O Bradesco por exemplo, antes de ser um banco era apenas a Fundação
Bradesco. Esta escola é um bom exemplo de programa de responsabilidade social,
não só pelo que fazem hoje dentro do banco, mas por tudo o que já fizeram antes
disso. Esta escola, financia e leva adiante, o projeto pedagógico da fundação.
Qualquer tipo de ação deslocada do programa, que não tenha ética, bom senso,
que não respeite os interesses da comunidade, que não leve em conta os recursos
que a empresa tem para o programa e que seja apenas uma forma de promoção
social da imagem da empresa, a tendência é não dar certo.
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