Minha empresa corre risco de passar por uma
crise? E agora?
“Proceder em uma situação extrema e inesperada
deve estar entre as prioridades de qualquer organização, afinal, manter a
imagem inabalável é um trabalho longo e que exige dedicação das áreas de comunicação
e administração.”
Arduamente as organizações
trabalham durante longos anos de sua história para construir sua imagem e
reputação frente ao seu público. O valor da empresa e solidez adquirida por
todo esse período deve ser zelada para que nenhuma intercorrência possa
destruir esse caminho percorrido.
As organizações não podem ser
pegas de surpresa, por isso é importante o trabalho de prevenção de crise e seu
gerenciamento, caso necessário. Muitas empresas ainda não se deram conta da
importância deste trabalho, pois não perceberam que qualquer um esta exposto ao
risco de uma crise. É preciso estudar quais são as fragilidades da organização e,
a partir disso, cercar-se dos cuidados necessários. E não são apenas as
empresas que correm esse risco, as personalidades também, políticos, cantores,
atores, atletas ou qualquer pessoa pública que tenha sua imagem exposta.
Muitas situações podem
desencadear uma crise e colocar a reputação da organização em risco. É comum
vermos reclamações através de redes sociais. Um caso que teve grande evidência
em 2012 foi o da loja virtual Visou, onde a responsável pela página no Facebook
responde à cliente com ironia e falta de respeito. A consumidora que busca,
apenas, a resolução do seu problema com a compra que havia feito, recebeu
insultos e não foi só através da rede social. E-mails rudes, com xingamentos e
palavrões, foram enviados à cliente. Além
de problemas nas redes sociais, a utilização de linguagem ofensiva e o mau
relacionamento com clientes e imprensa, outra situação que pode desencadear uma
crise dentro da organização são os acidentes. Apesar de imprevisíveis os riscos
devem ser calculados e um plano de emergência deve estar preparado.
Recentemente vimos o caso do desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines,
que desencadeou uma grande crise na organização. Sem dar explicações aos
familiares, durante dias após o desaparecimento do avião, a empresa aérea complicou
ainda mais a sua situação depois de enviar por SMS a notícia de que não havia
sobreviventes do voo à familiares dos passageiros e tripulantes. A crise não
ficou apenas na organização, acabou atingindo os governos da China e Malásia, que
ficaram num “jogo de empurra” sobre a responsabilidade das buscas enquanto a
população e governos internacionais cobravam explicações.
As organizações brasileiras
também não estão livres desses sustos, estamos acompanhando o escândalo da Petrobrás
e governo Dilma. Desvio de verbas e transações ilegais, são bons exemplos de
situações que podem iniciar uma crise. Outro exemplo de empresa brasileira que passou
por uma grande crise é a Sulfabril. A crise, que se inicio na década de 90 após
a abertura do país ao mercado externo, teve fim com a falência da empresa,
anunciada em 1999. O resultado disso veremos no dia 27 do próximo mês, quando a
Sulfabril será leiloada por R$160 milhões. A marca era conhecida dos
brasileiros e fez grande sucesso nas décadas de 70 e 80.
Empresas que estão
preparadas, nestas situações, adotam um plano de emergência para que a
organização, sua história, sua reputação, não sejam abaladas e que a ocorrência
seja rapidamente contornada. O ideal é que esse plano tenha ações contínuas de
comunicação interna, já que os colaboradores são fontes de informações para o
público externo, principalmente para a imprensa. Mas não podemos deixar de fora
o planejamento de mídia e o treinamento contínuo do porta-voz da organização,
pois ele deve estar confortável para falar à imprensa sem ser levado à enganos
e contradições pelos jornalistas.
Garantir a capacitação dos
porta-vozes da organização para momentos de crise é essencial para contornar
situações que possam desabonar ou denegrir a imagem corporativa. Ter planejado
ao longo do tempo as ações nas mídias, também, é importante para o sucesso do
plano emergencial. Nesse contexto não estamos falando só do relacionamento
mantido pela assessoria de imprensa com os meios de comunicação, além disso,
saber o que falar e como para cada mídia é primordial.
Hoje as empresas não estão
expostas apenas aos meios de comunicação que antes eram ditos como
tradicionais, hoje a exposição é muito maior com o crescimento das mídias
sociais. Nesse cenário é importante se posicionar imediatamente em suas redes
sociais e se caso a organização não as possua, deve criar imediatamente e
designar uma equipe experiente e com competências para fazer a interface com os
públicos que possam ser atingidos por suas novas mídias. As empresas que
trabalham para prevenir crises e, por isso,
passam por longos períodos de segurança e estabilidade são as que
conseguem construir uma história e imagem sólida. No momento de crise
posicionar-se com transparência e não fugir do assunto com a intenção de
abafa-lo é importantíssimo para esclarecer a situação e impedir ao máximo que a
imagem corporativa seja estremecida ou completamente destruída.
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