terça-feira, 2 de junho de 2015

Entrevista com Rebeca Diniz de Souza

Foto: arquivo pessoal
Essa é a Rebeca Diniz de Souza, ela tem 22 anos e é formada em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente é Planejamento Digital Sênior na Agência Newblue Marketing de Performance e vai nos contar um pouco sobre sua escolha de curso e os desafios da carreira.

Você ingressou na faculdade logo após o Ensino Médio? Por que escolheu Publicidade e Propaganda?
Sim, escolhi ingressar logo em seguida pois já havia me decidido sobre o curso. Meu pai era professor no curso de Publicidade e Propaganda, porém com foco em digital. Escolhi publicidade após assistir algumas aulas e fazer um estágio em uma agência digital.

Como foi sua primeira experiência com a profissão? Em que áreas você estagiou, antes de se formar?
Estagiei em quase todas as áreas de publicidade. Minha inicial foi antes de iniciar os estudos na Cásper, fazendo estágio em criação. Após isso, fui para a área comercial focada em negociação de espaços publicitários. Por mais que me desse bem financeiramente, ainda não era a área que gostava. Fiz estágio em tráfego e, em pouco tempo, virei atendimento. Também tinha facilidade na área, porém queria mais estratégia. Procurei um estágio em mídia, consegui a chance e, dentro da agência, foquei no digital. Mídia é uma área bem lucrativa com vários brindes, ou seja, bem tentadora, porém sentia que ainda realizava um trabalho muito braçal. Foquei então no planejamento, que foi onde me encontrei. Iniciei no planejamento focado em branding e, atualmente, trabalho com performance digital. Não sou mais estagiária, mas aprendo diariamente como uma.

Na sua opinião, Publicidade e Propaganda é uma área saturada? Há mercado para suprir as demandas de emprego?
Depende qual foco da Publicidade. Atualmente, as grandes agências ainda sobrevivem com o foco no off, principalmente em branding. As empresas querem vender, com ou sem crise, e é nessa hora que o digital ganha vantagem. O apoio digital consegue ser mensurado de maneira mais assertiva que o off, aliado ao avanço tecnológico e a saturação de publicidade por parte do consumidor, o digital oferece a chance de fazer diferente e se mostrar assertivo. Mídia programática é uma delas, por exemplo.
Acredito, então, que o mercado está saturado para agências que não se renovam, que não se adaptam as mudanças do mercado, que não se reinventam. Mas é assim em todas as áreas, a publicidade é apenas um pouco rápida quanto a isso.

O que você considera essencial para que um profissional da sua área se destaque?
O profissional tem que gostar de trabalhar, principalmente. Pois o trabalho dele não ficará dentro daquelas 40 horas semanais. O profissional estará trabalhando quando for estudar algo novo, quando assistir um filme e tiver um insight, quando for a um restaurante e tiver uma ideia. Ele também precisa se reinventar e se adaptar ao mercado que está em constante mudança.

Você trabalhou em agências publicitárias desde o início da sua carreira. Como você descreve a rotina nesses locais?
Sim, trabalhei em algumas agências e empresas. Existem as diferenças clássicas no ritmo de trabalho das agências. Em agência você realmente não tem hora pra sair, não precisa se preocupar (muito) com o traje formal (a não ser que você seja atendimento) e ganha prêmios que nem sabia que estava inscrita (e a agência vive comemorando).  Porém, o que muitos não percebem, é que nas agências o clima pode ser 8 ou 80. Você pode estar em família ou num ninho de cobra, pode estar com amigos ou ter que fazer da rotina diária uma batalha. Isso porque no ramo de publicidade há muito ego envolvido, e egos inflados juntos podem apresentar tais características.

Como é o seu dia a dia no trabalho atual?
Trabalho com performance de varejo, então analiso o investimento disponível de acordo com as mídias. Estudo segmentos, filtros e formas de impactar o target. Como marketing digital de performance é em tempo real, estou sempre conectada analisando o retorno de tudo. Também ensino e aprendo muito, seja com colegas de profissão, clientes, parceiros, etc.

Você aposta em algum segmento, como o futuro da publicidade? Ou acredita que as coisas ainda vão permanecer “como são” por um bom tempo?
Como eu disse ali em cima, o mercado não para, e as agências precisam entender isso. As que se reinventarem, independe do foco on ou off, conseguiram permanecer. As que ficarem paradas não.

Se você pudesse dar uma espiada no futuro, em que posição gostaria de estar em 10 anos?
Acredito que daqui 10 anos, a publicidade como conheço hoje será muito ultrapassada. Também não acredito no ensinamento por hierarquia, pois o conhecimento está em todos os ambientes em que vivemos, e pode ser compartilhado com todos. Então, daqui há 10 anos desejo estar em uma posição que me permita ser pagar para aprender cada vez mais.

Que conselho você dá aos estudantes e futuros colegas de profissão?
Encare o mundo como uma escada rolante descendo, e você é a pessoa que quer subir. Se você quer realmente subir, vai ter que se esforçar muito para conseguir. E acredite, todo o seu esforço pode ser em vão se você decidir ficar parado por alguns momentos, afinal, a escada não para pra você descansar.


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