A revista Atrevida, no mês de outubro, chamou os integrantes da Banda Fly para dizer o que pensavam sobre diversos comportamentos femininos. Os meninos responderam perguntas como: o que achavam de meninas que descoloriam os pelos, sobre meninas que postavam fotos de biquíni e, ainda, sobre o que eles achavam de meninas que usavam tranças.
A respostas foram consideradas machistas e racistas pelos internautas, porém a resposta que ganhou maior visibilidade foi a do Caíque Gama, que disse que “para quem tem cabelo ruim, (a trança) é uma salvação”.
Todos sabemos que a ideia de “cabelo ruim” vem associada ao cabelo crespo, pois os padrões de beleza impostos pela nossa mídia eurocêntrica ditam que o cabelo liso e comprido é o cabelo bonito e bom. Artistas importantes dentro do movimento negro como a cantora Karol Conka e o rapper Emicida criticaram as declarações da banda em suas contas no facebook.
Fotos: http://www. |
Ao tentar se defender, Caíque Gama disse: “racismo é quem vem nas minhas fotos me chamando de branquelo azedo”. A população negra luta por representatividade e valorização de suas cultura há mais de 125 anos, ou seja, xingamentos como “branquelo azedo”, não devem ser considerados racistas, uma vez que a população branca é a beneficiada e um opressor nunca é oprimido pela sua própria opressão.
A Atrevida é uma revista direcionada ao público feminino jovem e suas reportagens têm grande impacto na formação de opinião de muitas adolescentes. Ao reforçar as ideias sexistas que uma menina precisa se depilar para agradar aos homens ou que o seu cabelo crespo é ruim e feio, além de incentivar o preconceito, é capaz de destruir auto estimas. A revista como uma formadora de opinião, poderia abordar outros temas como o emponderamento feminino, a valorização da cultura afro ou a desconstrução de padrões de beleza, assim ajudaria no reconhecimento da luta das mulheres pela quebra de estereótipos machistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou? Não gostou? Então deixe aqui seu comentário! =)