segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Entrevista com Flávia Fassheber

Flávia Fassheber, de 27 anos e Relações-Públicas, contou para nós como é sua rotina de trabalho e nos deixou dicas valiosas. Confira!
Foto: arquivo pessoal

Como você começou sua carreira? Foi difícil o começo?
Acredito que a carreira de um profissional inicia em duas etapas, o primeiro semestre da faculdade e o primeiro estágio, a partir desses momentos você inicia um processo de mudança e conscientização das atribuições da sua formação acadêmica. Tive um início tranquilo, meu primeiro estágio foi na Presidência da República e diferente de muitos estagiários eu não fui explorada ou sub aproveitada, pelo contrário, tinha as mesmas atribuições de um servidor e era requisitada constantemente, pois na Coordenação de Relações Públicas eu era a única que tinha uma segunda língua. Após a minha formação fui contratada como Analista de Comunicação em uma empresa de tecnologia da informação e a única dificuldade que eu enfrentei no local não era necessariamente profissional, mas sim financeira, a remuneração inicial para comunicadores muitas é vezes é baixa, por falta de discernimento da gestão, pois acreditam que é um serviço adicional e não necessário, como contabilidade e administração.
Você pode falar um pouco da sua rotina?
Eu trabalho por demanda, por solicitação de produto ou serviço, ou seja, preciso ficar on-line todos os dias e todas as horas. Conforme a demanda surge eu inicio o projeto, pode ser uma produção de evento, análise e criação de peças publicitárias, ações de marketing, lançamento de publicações e os mais diversos serviços envolvendo Comunicação Integrada. Geralmente inicio o trabalho às 9h da manhã, abro meus e-mails, faço um check list das pendências do dia anterior e vou tocando as solicitações dos clientes. Normalmente meu dia acaba às 19h ou 20h, porém, quando existe uma ação ou produção em curso o dia não tem hora para acabar. O que muitas pessoas não enxergam ou julgam sem conhecimento é que o profissional de Relações Públicas carrega em si muitas obrigações, por ser a pessoa capacitada a julgar os outros ramos da Comunicação, portanto, a nossa vida não é apenas festa ou encontros sociais, pelo contrário, nos vemos muitas vezes sobrecarregados por conseguir compreender e dialogar entre os mais diversos tipos de demandas.
Qual é a parte mais desafiadora de trabalhar nesta área?  
A parte mais desafiadora é trabalhar com fornecedores, parceiros ou clientes que não tenham conhecimento em Comunicação ou que não são comprometidos com o "job". No Brasil atualmente a sociedade em geral não tem discernimento sobre as atribuições de um RP ou até mesmo a capacidade técnica do profissional, então durante todo o processo de um novo projeto acabam surgindo ruídos nas tratativas. O cliente julga conhecer o mercado e o público e toma medidas equivocadas por ignorância na área e o papel do RP é criar mecanismos para que o demandante entenda que as suas orientações não são as melhores para o projeto, mas muitas vezes esse processo é desgastante.
O que mais te encantou na área e por que você escolheu? 
O que mais me encanta na minha vida profissional é a capacidade de agregar diversos conhecimentos e poder circular entre as mais diferentes áreas. É mapear e aproximar o público alvo da instituição, fortalecer sua marca e sua função no mercado. Nada é estático ou monótono, preciso me atualizar e pesquisar novos produtos, serviços e comportamentos constantemente. Esse movimento faz com que a minha criatividade e a minha vida se renovem diariamente.
Quais dicas você daria para quem está começando?
Primeiro, tenha em mente que a sua profissão não é largamente conhecida, ou seja, nem sempre será fácil desenvolver sua própria função, sempre tenha postura e competência para lidar com os seus clientes, seja ele interno ou externo. Nunca crie inimizades ou se comporte com má fé, pois você será reconhecido pelas suas atitudes. Seja seu próprio vendedor, trabalhe no seu marketing pessoal, não tem conhecimento a respeito da demanda? Estude! Pesquise! Mostre o seu diferencial e seja interessante para o mercado. A sua postura pessoal define como as pessoas enxergam o seu trabalho, envolve muita ética e comprometimento, se você demonstrar falta de interesse você sem dúvida será taxado como incompetente, em momentos de crise você precisa demonstrar que as suas atribuições são estritamente necessárias para a instituição. Não se perca pela vaidade, pessoas honestas e humildes conseguem construir uma rede de stakeholders que vão gerar frutos no futuro. E principalmente, seja você e tenha amor pela sua profissão.


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