quinta-feira, 13 de março de 2014

Entrevista com Rodrigo Morais



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  “Relações Públicas e Publicidade, um trabalho integrado e sequencial”.


     Aos 29 anos, formado em Design Gráfico pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, é pós-graduado em Marketing e Comunicação, e mestre em Comunicação na Contemporaneidade pela Cásper Libero.

     Já trabalhou com clientes de grande porte como: Nestlé, São Paulo Fashion Week e Playboy. Atualmente está doutorando em Tecnologia da Inteligência e Design Digital pela PUC e leciona diferentes instâncias para turmas de comunicação.




Sabemos que a área de publicidade tem ligação direta com a imagem da empresa, tanto para o seu público interno quanto externo, tendo em vista este relacionamento, como você define a importância do RP no dia destes profissionais?


     São duas áreas que se juntam, o RP em muitos momentos determina o posicionamento da empresa, quais características a empresa vai colocar em evidência para passar isso ao profissional de publicidade que faz com que a ideia se torne concreta, então este lado mais intelectual da criação da imagem é feito pelo relações-públicas para depois a publicidade dar corpo a isso.

Você já passou por uma situação de aprendizado que envolve os princípios de Relações Públicas? 

    Depende dos princípios, passamos por isso todos os dias, dentro da área de comunicação não tem como fugir, seja relações públicas, publicidade e propaganda, rádio e TV ou qualquer outra, por serem áreas muito parecidas e coligadas passamos por isso o tempo todo.

Qual foi o seu primeiro contato com a área de Relações Públicas ou com o profissional de RP?


     Desde os meus 16 anos eu já trabalhava com publicidade e neste ramo sempre temos contatos com as empresas e por consequência com o pessoal de RP, mas eu me envolvi com mais intensidade quando comecei a dar aula para alunos de relações públicas.


Qual o ponto na profissão do RP que você acha muito importante para o desenvolvimento de um trabalho na sua área?


     O Relações-Públicas tem que ter uma visão ampla tanto da parte interna da empresa quanto da externa, para conseguir entender qual é a visão que essa empresa tem que passar, tanto do que existe dentro dela quanto do que tem que ser recebido fora dela, então é um trabalho gigantesco por causa disso, envolve um intelecto muito grande para pensar dentro e fora e ainda qual é o meio termo de tudo isso.


Como se monta um bom portfólio?

     A primeira coisa de montar um portfólio vem antes da montagem, é você saber quais são as suas características, seus pontos fortes. Às vezes vamos levar um portfólio em uma empresa e queremos ter uma quantidade grande de coisas que fizemos e acabamos colocando qualquer coisa e isso não é o principal. O nosso portfólio tem que ter as nossas características, aquilo que sabemos fazer, no que nos damos bem, mostrar o profissional que você realmente é, se você é do tratamento de imagem, da fotografia, da ilustração, como você mostra essa personalidade dentro daquilo que você cria? É claro que trabalhando na área de comunicação nós criamos coisas diversas para públicos diversos, mas isso sempre acaba tendo a nossa característica, nossa personalidade, e o portfólio a primeira coisa que temos que pensar é isso, o que tem que ter nesse portfólio? Tem que ter a minha cara, a minha personalidade, aquilo que eu realmente sei fazer, o meu talento.

Qual a relação existente entre a publicidade, mídia e empresas?


     Todas. A empresa precisa da publicidade para construir todas as características que vem das Relações Públicas, de como essas características que são construídas tomam corpo dentro da publicidade e como a publicidade utiliza das mídias para transmitir tudo isso que foi criado anteriormente, então é um trabalho sequencial, alguém que cria uma característica, quem dá corpo, quem veicula, e assim isso vai fazendo parte da comunicação completa.


Qual a maior dificuldade da publicidade no meio corporativo?

   Não é bem no meio corporativo, a maior dificuldade da publicidade em si é fazer o intercâmbio de informações. Uma das características principais do publicitário é conseguir entender aquilo que é pedido pelo cliente, o que o público alvo quer e como colocar essas visões dentro de uma só, traduzindo dentro da visão dele o que são essas coisas, então em qualquer ambiente o publicitário sempre está em um meio termo que ele tem que ficar o tempo inteiro entendendo o repertório das outras pessoas para conseguir avaliar tudo isso e criar em cima disso.

Algum profissional de publicidade ou comunicação lhe inspirou para entrar nessa área?

     Por eu ser da área de publicidade, tenho mais paixões pelos publicitários, mas acho que todo mundo tem paixões pelas pessoas de comunicação em si, tanto que na verdade as pessoas que mais me inspiram não são nem da área de publicidade ou relações públicas, são da área da comunicação, seja de fotografia e ilustração, do mundo das artes. Dar nomes é muito complicado, não gosto de dar nomes porque parece que quando você dá o nome de um está excluindo o outro.


Qual trabalho mais te "excitou" até o momento?
     
     Eu fico entre dois clientes, São Paulo Fashion Week e Nestlé, foram dois clientes que eu gostei muito, talvez São Paulo Fashion Week foi o mais bacana de fazer, foi o máximo da manipulação de imagens, do trabalho de conceito, era totalmente integrado, principalmente com o pessoal de relações públicas que sabia muito bem o que estava fazendo. Chegou um trabalho muito bacana para nós na agência, então quando trabalhamos isso ficou muito bom, foi um dos trabalhos que eu mais tive prazer em fazer pelo fato de ter sido muito bem pensado desde o inicio, no momento da finalização da criação da publicidade já havia um conceito bem construído para desenvolvimento do trabalho.

Como professor de publicidade e relações públicas você nota alguma diferença entre os alunos? Qual é o perfil do RP?


     Total. A grande diferença que eu vejo, não é o que eu gostaria que fosse, mas é uma separação muito grande, as pessoas separam muito, “eu sou RP e você publicitário”, sem entender que os dois acabam convivendo no mesmo ambiente durante a vida profissional, e parece que os alunos hoje veem  “ Eu sou o relações-públicas, sou o lado pensante, e eu sou publicitário o lado operacional”,  porém não é nada disso, você precisa ser pensante e operacional dentro de RP e dentro de publicidade, são duas áreas muito integradas, e hoje dentro dos cursos de graduação em comunicação, vejo muitos alunos pensarem dessa forma segregada, mas quando eu olho pro mercado, eu vejo RP trabalhando como publicitário, publicitário trabalhando como RP, porque quando vamos para o mercado nós vemos que essas diferenças não existem.


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