(Lixo se acumula pelas ruas da zona sul do Rio
durante greve dos garis. Foto: Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo)
Vamos lá! O carnaval acabou e o ano
dos brasileiros finalmente “pode começar”?! Clichês à parte, um valioso
ressalto a fazer: para alegres de plantão, o mês de março começou com samba no
pé. Porém, para os garis da cidade maravilhosa, o período foi de muita luta e
resistência! No dia 1 de março, a cidade acordou tomada por toneladas de lixo e
mau cheiro por toda a parte. Os garis estavam em greve! Mesmo com suspeitas que
a paralisação pudesse acontecer no ano novo, como de costume, no dia 1º de
Janeiro de 2014 o pente fino nas areias de Ipanema estava feito e o calçadão
estava devidamente limpo. Bom, certamente muita gente trabalhou duro para isso.
Vivemos em uma sociedade de consumo.
Consumimos muito e consequentemente produzimos muito lixo. Quem é que “dá um
trato nisso tudo?”. É evidente que o trabalho dessas pessoas torna-se essencial
em qualquer ponto de vista, fundamental em todas as cidades; pequenas, médias
ou grandes. Esses trabalhadores escolheram o momento certo para protestar!
Afinal, um número gigantesco de turistas invadiu o Rio de Janeiro neste ano e
como sempre, sairiam deixando muito dinheiro no bolso da prefeitura e levando a
imagem de um país “lindo e alegre”. Por trás de toda essa máscara (e não
estamos nos referimos às do carnaval), existe uma classe trabalhadora que pega
no pesado. Que faz o “trabalho sujo”, debaixo de um sol de 40°C, que poucos
querem fazer.
As condições de trabalho para os
garis são péssimas e a remuneração pior ainda. O salário base era de R$ 802,57
e a reivindicação começou pedindo por um aumento que chegasse em R$ 1.200,00.
Justo? Pois é, ultrapassando 40% de reajuste, a proposta inicial do prefeito
Eduardo Paes (PMSB) foi de apenas 9%, (R$874,59
mais o adicional de insalubridade). O samba continuava e, com cartazes que
diziam “Estamos sendo tratados como lixo”, a greve também!
A prefeitura
fez a proposta para um salário base de R$ 1.050,00 que não foi aceita pelos garis.
A contraproposta foi de R$ 1.100,00 e foi aceita pelo governo municipal. Após 8
dias de paralisação, o desfecho: a greve termina após o acordo, no sábado (8), com
um aumento de 37% no salário-base além do ticket alimentação que foi de R$ 16,00,
para R$ 20,00 por dia. O prefeito Paes brincou em entrevista: "Agora, me sinto como o capitão que
retomou o controle da nau”. No domingo (9), os trabalhadores voltaram às atividades
e a previsão para a normalização nas ruas do Rio era de 3 dias! Agora sim,
brasileiros, podemos iniciar nosso ano!
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