quarta-feira, 2 de abril de 2014

IPEA divulga resultados alarmantes em pesquisa sobre o assédio sexual no Brasil


Fonte da imagem: http://www.pessegadoro.com/2014/02/18-maioria-oprimida-curta-aborda.html?m=1

                                   
Uma pesquisa divulgada pelo IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, na última quinta-feira (27), sobre o tema “Tolerância social a violência contra as mulheres” têm causado polêmica e comoção nas redes sociais. Os números mostram que 65% dos entrevistados concordam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”, esta afirmação leva a conclusão de que a culpa dos estupros seriam das próprias vítimas, já que estariam estimulando a excitação sexual dos homens pelo seu “comportamento”  e modo de se vestir.


A pesquisa desencadeou uma onda de críticas vindas da porcentagem contrária ao resultado, dando início a um protesto massivo pela internet. Desde a última sexta-feira (28), Facebook, Instagram, Twitter, entre outras Redes Sociais foram instrumentos de divulgação dos manifestantes. As publicações mostram fotos em que as mulheres cobriam os seios com os cartazes escritos “Eu também não mereço ser estuprada” e As mulheres não merecem ser estupradas”. O movimento já tem mais de 17 mil participantes, incluindo famosos e personalidades. A presidente Dilma Rousseff usou sua página oficial no Twitter para defender a “tolerância zero” para a violência contra as mulheres.

No curta “Maioria Oprimida”, dirigido por Eléonore Pourriat (2010), a sociedade machista é retratada, ao mostrar a vivência do protagonista com situações que as mulheres passam em seu dia-a-dia. Como exemplo, a cena de um homem que leva seu filho a escola e se depara com uma mulher exercitando-se seminua, vestindo apenas a calça. O choque social não aconteceria se a personagem fosse substituída por um homem vestido da mesma forma.

Para a Socióloga Nina Madsen, integrante do Colegiado de Gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), o resultado do estudo feito pela IPEA, comprova que a cultura machista está impregnada tanto nos homens ‘quanto’ nas mulheres da sociedade brasileira. "Nossa sociedade é violenta contra as populações marginalizadas e as mulheres compõem essa população. A culpa da violência sexual nunca é das mulheres. Temos que educar os meninos a não estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada forma está provocando e que eles têm uma pretensa autorização para fazer uso daquele corpo que está sendo exposto. Temos que interferir nesse processo", afirma.

O que causou maior espanto no resultado da pesquisa foi o fato de ter 66,5% dos entrevistados do sexo feminino. Apesar do desenvolvimento do país, tendo como avanços significativos uma mulher na presidência, ainda existem conflitos ideológicos, com raízes de culturas antigas e mentalidade primitiva.







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