Uma
pesquisa divulgada pelo IPEA - Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada, na última quinta-feira (27), sobre o tema “Tolerância social a violência
contra as mulheres” têm causado polêmica e comoção nas redes sociais. Os
números mostram que 65% dos entrevistados concordam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo
merecem ser atacadas”, esta afirmação leva a conclusão de que a culpa dos
estupros seriam das próprias vítimas, já que estariam estimulando a excitação
sexual dos homens pelo seu “comportamento” e modo de se vestir.
A
pesquisa desencadeou uma onda de críticas vindas da porcentagem contrária ao
resultado, dando início a um protesto massivo pela internet. Desde a última
sexta-feira (28), Facebook, Instagram, Twitter, entre outras Redes Sociais
foram instrumentos de divulgação dos manifestantes. As publicações mostram
fotos em que as mulheres cobriam os seios com os cartazes escritos “Eu também não mereço ser estuprada” e “As mulheres não
merecem ser estupradas”. O movimento já tem mais de 17 mil participantes,
incluindo famosos e personalidades. A presidente Dilma Rousseff usou sua
página oficial no Twitter para defender a “tolerância zero” para a violência
contra as mulheres.
No
curta “Maioria Oprimida”, dirigido por Eléonore
Pourriat (2010), a sociedade machista é retratada, ao mostrar a
vivência do protagonista com situações que as mulheres passam em seu dia-a-dia.
Como exemplo, a cena de um homem que leva seu filho a escola e se depara com
uma mulher exercitando-se seminua, vestindo apenas a calça. O choque social não
aconteceria se a personagem fosse substituída por um homem vestido da mesma
forma.
Para a Socióloga Nina
Madsen, integrante do Colegiado de Gestão do Centro Feminista de
Estudos e Assessoria (Cfemea), o resultado do estudo feito pela IPEA, comprova que a cultura machista
está impregnada tanto nos homens ‘quanto’ nas mulheres da sociedade brasileira.
"Nossa sociedade é violenta contra
as populações marginalizadas e as mulheres compõem essa população. A culpa da
violência sexual nunca é das mulheres. Temos que educar os meninos a não
estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada
forma está provocando e que eles têm uma pretensa autorização para fazer uso
daquele corpo que está sendo exposto. Temos que interferir nesse processo",
afirma.
O
que causou maior espanto no resultado da pesquisa foi o fato de ter 66,5% dos
entrevistados do sexo feminino. Apesar do desenvolvimento do país, tendo como
avanços significativos uma mulher na presidência, ainda existem conflitos
ideológicos, com raízes de culturas antigas e mentalidade primitiva.
Fontes:
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