quarta-feira, 21 de maio de 2014

Cultura ou Violência?

  
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/05/questoes-da-cidade-invadem-show-do-ira-na-virada-cultural.html

No último final de semana aconteceu mais uma edição da Virada Cultural, que teve como investimento mais de 13 milhões de reais. O evento contou com mais de mil atrações e sua estimativa de público foi de 4 milhões de pessoas. Essa grande festa contou com mais de 1.500 seguranças particulares, 220 bombeiros , 3.420 policiais militares e 1.200 pessoas que atuam na montagem e produção. O que justifica o superinvestimento.


            O evento teve como abertura a volta da banda Irá, que não tocava junto há sete anos. Porém, o show não foi só música. Questões da cidade invadiram o palco, como por exemplo uma faixa que dizia “Parques Resistem”. O vocalista defendeu a causa para seu baixista, Daniel Rocha, que pediu pelo Parque Augusta e disse torcer para que, ao menos uma vez, o povo consiga conter a especulação imobiliária:
                        "Vamos ver se a gente consegue ganhar ,pela primeira vez na vida,        da        especulação imobiliária. Precisamos de força popular, porque , se         depender da   Prefeitura ou do poder público, vão construir mais e mais             prédios. Viva o Parque          Augusta, viva o Ira!, viva a água, viva o Ira!."
            Outro assunto tocado no show foi a dispensa do tratamento aos dependentes químicos da Cracolândia, no centro. antes da música “Flerte Fatal” o vocalista Nasi fez um apelo aos órgãos públicos para que os usuários de drogas não sejam tratos como “sujeira” e sim com “amor”.
           Mesmo tendo passado um ano da última edição, as promessas de organização e mais segurança parece que não foram cumpridas. Novamente a marca da Virada Cultural foi a violência. No ano de 2013 o evento ficou caracterizado por roubos, tráfico de entorpecentes e porte de armas. Nesse ano não foi diferente, 100 pessoas foram detidas por suspeita de crimes, 5 pessoas foram baleadas e ao menos duas esfaqueadas. Em suma, o prefeito Haddad diz que a Virada Cultural faz parte de um processo de combate à violência  através da promoção da cultura. Mas o que vemos ano após ano é a promoção da cultura da violência e não é dessa cultura que nossa sociedade está precisando.
 
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/05/pm-prendeu-108-adultos-e-deteve-20-menores-por-crimes-na-virada-cultural.html

Um comentário:

  1. Matéria extremamente ignorante, Não que os delitos devessem ser ignorados, tampouco tolerados, mas é clara a intencionalidade da imprensa ao ressaltar a violência.
    Os assaltos e arrastões na Virada Cultural, repercutidos não só nos grandes veículos, mas em revoltadas postagens nas redes sociais, não são encarados como resultado de um evento que agride uma região da cidade deteriorada e por vezes esquecida pelo poder público. Também não são tratados, obviamente, como produto de uma cidade marcadamente desigual e desumana, que criminaliza o jovem pobre antes mesmo que ele pense em tornar-se um criminoso – um ladrão de galinhas, diga-se de passagem, tendo em vista a incidência de crimes muito mais danosos à sociedade entre os ricos e engravatados.

    Os crimes cometidos na Virada são utilizados como muletas para fomentar a repulsa à ocupação do espaço público, o preconceito, a intolerância. Nada mais irônico: o banditismo, que, se bem analisado, poderia escancarar as contradições de classe e o abismo social, é incorporado pela ideologia dominante para sua própria argumentação política. O cidadão, submetido ao bombardeio midiático, só consegue ver a impunidade – no quarto país com a maior população carcerária do planeta – e ter a pretensa certeza de que somos reféns de uma violência sem solução. É por aí, e não apenas com as Sherazades, que nasce o fenômeno dos “justiceiros”, que acreditam fazer o certo com as próprias mãos.

    Como nos lembra a obra de Foucault, a violência é resultado das relações de poder, da lógica e da racionalidade que programa e orienta a conduta humana, perpassa e atravessa as instituições e relações políticas e estrutura o funcionamento do poder. É a existência do poder, seja lá como ele se concretize, que deve ser combatida. Se seu celular foi furtado na Virada Cultural e você deseja que isso não mais ocorra, reflita, antes de berrar, gritar e espernear. Afinal, esse é o grotesco e tolo papel da imprensa, parte de um fenômeno previsto pelo lendário Joseph Pullitzer, jornalista húngaro-americano falecido no início do século passado: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”
    Fonte: Revista Vaidapé.

    Um pouco de estudo antes de escrever qualquer abobrinha vai vem, fica feio para o blog matérias rasas e sem fundamento como essas!

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