Maytê é graduada em Relações Públicas pela Universidade Metodista de São Paulo e possui especialização em Jornalismo voltado para o desenvolvimento social pelo ITESM – Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Monterrey, México. Com uma experiência de 10 anos no mercado, Maytê já trabalhou em diversos segmentos como alimentos, bebidas, construção, educação, nutrição e tecnologia. Atualmente é responsável pelo atendimento da conta sênior da Agência Ketchum, onde trabalha desde 2011.
- Na sua opinião, atualmente qual é o maior desafio e a maior facilidade do profissional de relações públicas no mercado?
A comunicação 24x7, ou seja, 24 horas por dia, 7 dias por semana, talvez seja um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de relações públicas. Até poucos anos, uma notícia, um boato ou uma crise podiam demorar até um dia para se espalhar. Hoje, a comunicação é instantânea, e é preciso estar preparado para responder adequadamente a qualquer momento e qualquer público – e nas mais diversas plataformas. Hoje em dia, todo mundo é um tipo de mídia e nós temos que saber lidar com essa facilidade de acesso e de propagação da informação. Se por um lado temos mais facilidade da informação ser compartilhada e ouvida, temos mais possibilidades dela ser criticada.
Talvez o maior trunfo do profissional de RP seja sua habilidade de lidar com diferentes pessoas, em diferentes ambientes. A meu ver, isso é fundamental para a sobrevivência de qualquer instituição na atualidade.
- Sabemos que Relações públicas é algo muito abrangente, na hora de escolher em qual área da profissão o recém-formado quer atuar o que você considera primordial?
O mais importante é a realização profissional, exercer o que gosta e tem habilidade em fazer. O mercado, não só de comunicação mas de diversas áreas, está muito acirrado e se você não gostar do que faz, não se sentir realizado, muito provavelmente o trabalho não será bem feito.
3. Você fez pós em jornalismo, explique como tomou essa decisão e como consegue conciliar as duas aprendizagens no seu cotidiano, pois, muitas vezes os universitários enxergam o jornalismo como um “rival concorrente”.
Hoje trabalho como assessora de imprensa e tenho muitos colegas jornalistas. Essa rivalidade existe quando estamos estudando, mas no dia a dia, somos todos parceiros. Aprendemos na prática muitas coisas que estão fora dos cursos e essa vivência, nem Jornalismo nem Relações Públicas consegue transmitir aos alunos. Minha especialização em jornalismo no Instituto Tecnológico de Monterrey foi enriquecedora. Foi um curso online o que nos permite uma mobilidade de aprendizado para o nosso dia a dia cada vez mais corrido e também a troca de experiências com pessoas de outros países, outras culturas.
4. Você sempre trabalhou com assessoria de imprensa? Se sim, por quê? Se não, quais outras áreas você já conheceu?
Entrei no mercado há 10 anos direto em assessoria de imprensa. No começo da faculdade tinha certeza que trabalharia com eventos e, com o tempo, vi que não era pra mim. Ao longo desses 10 anos me envolvi com a profissão e as possibilidades que ela nos permite. Hoje, exercemos não só o papel de assessores. Somos, na verdade, consultores de comunicação, o que é muito mais amplo. Blogger Relations, por exemplo, era algo bem distante quando me formei. Atualmente, a comunicação com esse público está tão ou mais importante do que o relacionamento estabelecido com a imprensa tradicional. Essas mudanças, esse aprendizado constante, faz da profissão algo recompensador.
5. Assessoria de Imprensa é uma área que assim como outras existem muitos desafios, durante sua experiência você passou por algum momento que marcou suas técnicas profissionais?
Os desafios são diários e constantes na nossa profissão, seja um novo planejamento, um novo ramo de atuação de cliente, uma nova função profissional. Atualmente, estamos vivendo uma crescente no relacionamento entre as assessorias e blogs. Acostumados a lidar com a imprensa tradicional, os profissionais da área estão tendo que se adaptar à diferença de linguagem, abordagem e muitas vezes o início desse relacionamento com esse novo público.
6. Conhecemos muitas pessoas que possuem interesse em seguir o caminho da assessoria, em sua opinião existe alguma característica que precisa ser trabalhada para conseguir ser um bom assessor? (por exemplo: timidez?).
O mais importante de tudo é ler! Precisamos ler sempre, todos os dias. Revistas, jornais, livros, tudo é enriquecedor, é conhecimento que adquirimos, é vocabulário. Não consigo ver um bom assessor que não leia os principais jornais diariamente, as principais revistas semanais e mensais, além das revistas de interesse do cliente, por exemplo. Lendo, conseguimos desenvolver melhor a segunda característica que é, para mim, muito importante: saber escrever. A escrita vem, certamente, com a prática, mas não tenha dúvida de que se você se atualiza e lê, a escrita será muito mais fácil.
7. Como RP da área de assessoria de imprensa você vive surpresas e precisa lhe dar com imprevistos, qual é a dica que você deixa para aqueles que estão começando agora no mercado e ainda se sentem inseguros sobre como agir na hora do aperto?
Mantenha sempre a calma. Nenhuma decisão tomada com desespero é uma boa ideia. Lembre-se também de que você faz parte de um time, uma equipe, e você tem o amparo e o direcionamento de pessoas mais experientes do mercado que poderão te orientar e direcionar para a melhor tomada de decisão. Na dúvida de qual caminho seguir, pare, pense e pergunte. Não é errado não saber de algo.
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