Foto: entrevista Hypeness |
“...12 meses na Austrália, 3 meses na Nova Zelândia, 2 meses em Tonga e agora vivendo em Fiji.. Ao contrário do que muitos pensam, viver sem dinheiro não se trata de ser independente, mas de viver em comunidade.”
A história é de Natale Pellegatti, 26 anos, e Mariélli Pahim, 25, brasileiros que viveram desde sempre em São Paulo e começaram a sentir os primeiros sinais de desconforto – os hábitos de consumo da sociedade, a atração pelo dinheiro, a pobreza, a fome. Faltava amor e eles queriam dá-lo para o mundo, só não sabiam como. E foi assim que se renderam à arte do desapego.
Eles começaram estudando sobre permacultura* em escolas, fazendas orgânicas e comunidades. Fizeram trabalho voluntário em agroflorestas, ensinaram o que aprenderam e agora, por exemplo, estão ajudando um café/fazenda orgânica e a escola Waldorf em Fiji. Com isso, a comida, acomodação ou caronas “aparecem naturalmente” como uma retribuição pela ajuda que eles dão, também recebem ajuda do WWOOF (World Wide Opportunities on Organic Farms) para continuar fazendo o trabalho a que foram destinados!
O casal acredita que durante muitos anos, o homem viveu e viajou sem dinheiro, que é uma tecnologia recente na história da humanidade, e através de uma vida simples, uma conexão com a Natureza e um entendimento da vida em comunidade é perfeitamente possível ao ser humano viver sem dinheiro. Tudo que lhe é necessário (alimento, abrigo, fibras, água, energia, etc.) provém da natureza e tudo é feito em comunidade.
Depois de ler os livros “Sacred Economics”, de Charles Eisenstein, e “The Moneyless Man”, de Mark Boyle, Natale pensou em viver sem dinheiro e assim, observando a sociedade que estava ao seu redor, decidiu viajar para novas experiências.
O que está errado na sociedade, para eles, é o significado equivocado do ‘ser’. Essa é a raiz da maioria das nossas atuais crises pessoais, sociais e ecológicas, sem contar que o dinheiro é instrumental para manter e afirmar esta ilusão. Nas palavras do casal: “A cultura moderna tem desenvolvido e encorajado um sentido do ‘ser’ que, de maneira implícita, nega nossas conexões integrais e interdependentes com o todo e o resultado disso nunca foi tão claro: desmatamento, desertificação, extinção das espécies, poluição da água e do ar; aumento nos índices de câncer, asma, diabetes, doenças do coração e obesidade; aumento nos índices de suicídio, depressão, uso de drogas e violência; culto a celebridades, obsessão pela beleza física e medo da morte. Tudo isso é extremamente doentio e acreditamos vir diretamente de pessoas que estão perdidas no seu auto-entendimento, desconectadas da natureza, de suas comunidades e de suas fontes de conhecimento e sendo terrivelmente mal conduzidas sobre o seu lugar no mundo.”
Com base no que Natale e Mariélli pensam, podemos relacionar com os estudos de Lipovetsky, que criou o termo hipermodernidade para definir a sociedade contemporânea, marcada pela cultura do excesso e não vê nada de mal em incentivar o prazer e o consumo.
Podemos encontrar a entrevista completa no site: http://www.hypeness.com.br/
*(http://www.setelombas.com.br/permacultura/o-que-e-permacultura/)
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