Briga entre taxistas e motoristas do aplicativo Uber

Todo mundo reconhece o gesto de esticar o braço para chamar um táxi, até algumas décadas atrás essa era a única maneira de se conseguir um táxi. Mas o tempo passou, e agora com um simples toque em um aplicativo no celular, você já consegue chamar um táxi, porém, um desses aplicativos vem chamando mais atenção e gerando polêmica entre os motoristas comuns de táxis: o Uber.

O Uber é um aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular, e funciona da seguinte forma: digamos que você precisa ir até o trabalho, por exemplo, tudo o que você precisa fazer é se conectar ao aplicativo e fazer o pedido da mesma forma que faria em um aplicativo normal de táxi. Tudo o que você precisa fazer é se cadastrar, informar sua localização e a forma de pagamento - que idem ser feitas por cartões de crédito - e então um “black car”(carro preto, em tradução livre) estará a sua disposição. Com um serviço diferenciado e mais exclusivo assim, não demorou para que o Uber se tornasse cada vez mais popular e logo as polêmicas com os taxistas começaram.

Mas… o que deixa os taxistas tão irritados com o Uber? Para eles, trata-se de uma concorrência desleal. Para operar um táxi, o motorista precisa conseguir alvará, licença especial emitida pelas prefeituras das cidades, e conseguir conseguir uma permissão dessas envolve boa dose de burocracia e investimento. Na maioria das capitais brasileiras, a prefeitura parou de emitir alvarás e quem quiser ser taxista tem de comprar ou alugar de alguém que tenha esse documento. Porém, para ser motorista do Uber, tudo o que você precisa, basicamente, é ter um carro e tempo.

Para combater o Uber, além de protestos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o sindicato da categoria entrou com uma ação na Justiça de São Paulo para obrigar o Uber a parar de fazer corridas. A Justiça decidiu que o aplicativo pode, sim, operar.

Os taxistas querem impedir que o Uber atue por aqui devido a concorrência e a facilidade que os motoristas do Uber têm para operar os carros. Como, para os taxistas, é difícil conseguir o alvará e eles têm de seguir uma série de regras, eles querem ter a preferência para exercer a atividade. Seria, segundo esse raciocínio, injusto que o Uber aparecesse do nada e começasse a “roubar” os clientes dos táxis sem passar por algum processo que desse a eles uma autorização oficial. A alegação é de que seria mais ou menos como se alguém colocasse um ônibus para circular em outras rotas que não as definidas pelas prefeituras, cobrando a tarifa que desejasse e parando fora dos pontos.

Quem defende o Uber diz que o serviço prestado é diferente do táxi porque além de, socialmente, ser considerado um serviço de nível mais alto, contratar os serviços do Uber seria equivalente a contratar um motorista particular, algo que já existe e é perfeitamente legal, ou seja, o Uber não faz nada além de conectar os clientes com os respectivos motoristas, o que por esta lógica não deve ser considerado concorrência aos táxis.