Aparentemente, não é preciso
mergulhar fundo na deep web para encontrar armas à venda. No
Facebook, grupos secretos da Líbia, da Síria, do Iraque e do Iêmen têm
funcionado como plataformas para a compra, a venda e a troca de materiais de
guerra. Entre os produtos disponibilizados para o comércio até o fechamento dos
grupos, que aconteceu esta semana, havia desde pistolas até equipamento
antiaéreo.
De
acordo com o site Super Interessante, as comunidades estavam funcionando desde
setembro de 2014, e foram denunciadas ao Facebook pela ARES, uma agência de pesquisas dos
Estados Unidos que tem como objetivo estudar questões relacionadas a armas ao
redor do mundo. Em um artigo publicado esta semana, a agência
revela os grupos e descreve suas atividades: só na Líbia, no período analisado,
o relatório menciona 97 tentativas de compra e venda de mísseis, maquinaria
pesada, granadas, foguetes, armas de defesa antiaérea e rifles pelo Facebook.
Juntando os quatro países que aparecem no estudo, o ARES contou uma média de
300 posts de comércio de materiais de guerra por mês, e mais de 6 mil trocas
documentadas pelo Facebook, no Instagram e no Whatsapp. A partir da
denúncia, o Facebook investigou o caso e fechou os grupos.
Esses
grupos foram criados em países com forte influência do Estado Islâmico, todos eles com a presença de grupos
armados, como a Al Qaeda, e com governos não muito estáveis.
Consequentemente, a legislação relacionada à venda e ao porte de armas também
não é muito bem estabelecida, por isso, mesmo com os grupos fechados pelo
Facebook, seus participantes não foram presos. A maioria dos consumidores e dos
vendedores são militantes do EI, mas também há muitas pessoas que procuram as
armas apenas para a autodefesa.
Além disso, até janeiro
deste ano, o Facebook não tinha nenhuma restrição ao comércio de armas. É que,
como a rede está em constante mudança, suas regras também vão sendo remanejadas
ao longo do tempo.
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