quinta-feira, 29 de maio de 2014

Entrevista com Karina Betencourt

Fonte: arquivo pessoal

Essa semana a entrevista é com Karina Betencourt, formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Seu currículo inclui as marcas: Carrefour, Ecovias, EcoRodovias, Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, SP-Arte, Bienal de Artes de São Paulo, Museu da Casa Brasileira, Turismo de Portugal, RailEurope, Sesc, King Cap #SP entre outras, antes disso, passou pelas imprensas do jornal Agora S.Paulo e da rádio Gazeta AM e hoje atende o Itaú Cultural.


Em que momento da sua vida decidiu ser jornalista e por quê?
Um dia, em 1994, quando eu tinha 9 anos, uma amiga da minha mãe apareceu na casa da minha tia com uma revista “Atrevida”. Ela tinha comprado aquele exemplar só por causa do brinde e depois, sem saber o que fazer me deu! Quando abri o editorial e vi uma foto de mulheres sorridentes, com roupas modernas, rodeadas de computadores e papéis na redação daquela revista, pensei: “Eu quero essa vida para mim”. E a partir desse momento, comecei a perseguir meu sonho. A sensação de estar no bastidor do mundo me atraiu.

Acredita que foi a escolha certa?
Sim, não me arrependo. Embora hoje eu não atue em uma redação de jornal, revista ou em rádio, como eu sonhava no começo, sinto que estou no lugar certo. Antes de mergulhar em assessoria de imprensa, eu estudei e me esforcei ao máximo. Participei de congressos, grupos de discussão, trabalhei sem remuneração só para publicar algo, disputei vaga em curso de foca, bati na porta de várias redações pedindo emprego até conseguir e, quando me encontrei em assessoria, percebi que tinha feito o que era necessário até ali.

Quais áreas dentro de jornalismo considera mais importantes?
Todas as áreas são importantes, há pessoas interessadas em receber informação em qualquer uma delas. Se considerarmos as hierarquias dentro de uma redação, também não existe uma função mais relevante. A notícia é que chega ao interlocutor é resultado de um grande trabalho em equipe.

O que mais te dá prazer dentro da sua área?
Ter a certeza de que a informação que eu filtrei dentro do meu cliente vai gerar prestação de serviço útil e muitas vezes impactante na vida de muitas pessoas.

Onde entra jornalismo e onde entra o Relações Públicas na área de assessoria de imprensa, na sua opinião?
As noções de jornalismo são utilizadas a todo o tempo para avaliar a qualidade e a relevância da informação que o cliente quer levar à mídia. Como jornalista nessa hora, nós analisamos, entrevistamos o cliente e vasculhamos o noticiário para compreender o cenário. Depois disso, encarnamos o “relações públicas”, avaliando a imagem do cliente, promovendo-o, organizando eventos e tantos outros meios de chamar a atenção da imprensa e do público e etc. Juntando tudo isso, chegamos à assessoria de imprensa!

Acredita que há uma rixa entre RP's e jornalistas? Se sim, a que isso se deve e qual a sua opinião sobre isso?

Acredito que haja, sim. Desde os tempos da faculdade eu ouço que RP não sabe nada sobre jornalismo e que jornalistas são intrometidos e não entendem nada de relações públicas. Isso porque, na minha opinião, devido às mudanças no mercado de trabalho e até mesmo da construção da notícia e da propagação da imagem em todos os meios da comunicação, pouco a pouco, ambas as áreas foram forçadas a se condensar. Hoje em dia, o jornalista estreante em assessoria de imprensa precisa ser multidisciplinar, ou seja, compreender muito bem de todos os assuntos e artimanhas para promover seu cliente. Enquanto que o RP deve pensar na mesma velocidade que as redes sociais, ser bem informado e não ter medo de se aproximar da imprensa. E essas imposições do mercado não são ensinadas nas faculdades! É na prática, devido à necessidade e à nova linguagem da mídia, ambos os profissionais são pressionados a compreender rapidamente.

Tendo o curso de Relações Públicas matérias em comum com o de Jornalismo, acredita que é possível e rentável uma parceria? Por quê?
Não acho que seja rentável. Quer dizer que o futuro do jornalismo é atuar como um Relações Públicas? A notícia nunca se esvai. Ainda que haja uma pressão do próprio governo para o reconhecimento do jornalismo como profissão formal se enfraquecer, é importante que haja pessoas que compreendam como propagar informação de forma honesta, idônea, sem manipulação. O relações públicas também é importantíssimo. Quem irá conduzir as instituições públicas e privadas sobre como se reportar ao público? Defendo a ideia de que todas as escolas de jornalismo precisam ter aulas obrigatórias sobre assessoria de imprensa e relações públicas, assim como os cursos de graduação em RP devem fornecer aos seus alunos mais noções sobre como funciona a imprensa e sua relevância na história.

Acredita ser possível as áreas de comunicação se complementarem a ponto de serem uma só, independente da organização ou acha que deve haver uma separação e cada uma atuar na sua área?
Não. O publicitário, o RP, o jornalista e o profissional de RTV têm funções independentes e essenciais dentro do processo de comunicação.



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